Apresentação
Meu Nome é Rubens Peres Franco Neto,casado com minha linda esposa Roberta Buozi Moffa, nasci em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, no dia 01 de dezembro de 1976. Sou formado em Educação Física e possuo registro de graduado no Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo. Fiz diversos cursos em diversas áreas e hoje atuo na área de natação e condicionamento físico, mas já atuei nas seguintes áreas: hidroginástica, spinning, jump, ginástica localizada e musculação. Já trabalhei em colégio, academias, clubes e clínica de fisioterapia. Sou corredor amador e gostaria de compartilhar um pouco da minha história com vocês concentrando-me mais na área do esporte.
Infância
Nasci uma criança forte, encorpada, mas com problemas respiratórios - no caso, bronquite - muitas vezes dormia sentado por falta de ar e algumas vezes tinha que correr para o pronto socorro fazer inalação para abrir um pouco os brônquios e poder conseguir respirar melhor. Mas nunca fui uma criança parada, gostava de correr, subir muro e árvores, brincava na rua de pega-pega, polícia e ladrão, taco, apostava corrida em volta do quarteirão, andava de bicicleta, jogava bola na rua e muitas vezes a falta de ar me pegava. Maldita bronquite!
Então sem mais remédios meu pediatra, o Dr. Minguini, indicou a prática da natação como tentativa de melhora. Como todos sabem a natação melhora a resistência cardiopulmonar ajudando assim no tratamento da bronquite. Nesta época eu já estava com 7 anos.
Uma nova etapa na minha vida então se iniciara.
Com a natação as crises de bronquite foram diminuindo, eu começava a ter mais resistência, passei a competir e durante os treinos além do alongamento e trabalho de força, tinha também o trabalho aeróbio fora da piscina, eu corria em média 30 minutos todos os dias antes de cair na água para treinar. Como esporte complementar comecei também a jogar futebol de campo e futsal e com o tempo acabei ingressando na equipe de atletismo do colégio. Eu já estava com 12 anos.
Adolescência
As atividades não paravam natação, futebol de campo, futsal e atletismo faziam parte da minha rotina. Sem os sintomas da bronquite ficaram fáceis às atividades esportivas, eu nadava todos os dias e distribuía as outras atividades durante a semana. Imagina só nadar por duas a três horas e ainda pegar um treino de futebol por mais duas horas ou um treino de atletismo dando vários tiros de 400m e 800m, fico surpreso ao lembrar e penso comigo: "Nossa como eu aguentava?" Mas quando se é novo tudo é mais fácil.
O tempo foi passando e a musculação também começou a fazer parte da minha rotina por necessidade, os treinos de natação estavam fortes, meus tempos em provas estavam estabilizados e lesões começavam a aparecer, com tantas atividades tive que mudar meu horário de aula no colégio indo estudar à noite. Nesta época eu já estava com 16 anos.
1995 - Força Aérea Brasileira
No ano em que se completa 18 anos somos obrigados a nos alistar no serviço militar, como minha tentativa de ser piloto de caça foi frustrada devido à miopia acabei me alistando no Curso de Formação de Soldados de Infantaria da Aeronáutica em Pirassununga-SP, mais precisamente no Batalhão de Infantaria da Academia da Força Aérea - AFA.
Janeiro de 1995, início do serviço militar, ralação total, pela primeira vez saí da casa dos meus pais, os primeiros 40 dias foram terríveis, não tínhamos tempo nem para respirar. Vou confessar que neste período chorei várias vezes durante a madrugada. Mas com o tempo você vai acostumando com aquela vida, muita atividade física, ordem unida, faxina, aulas de canto e outras aulas diversas além das muitas provas, o curso demora quatro meses, depois disso vem à formatura e a designação para qual setor irá trabalhar. No meu caso fui para a PA – Policia da Aeronáutica.
Foi neste período que minha proximidade com a corrida aumentou. Fiz o teste para a equipe de natação e passei com facilidade, mas os treinos ocorriam raramente, a piscina era privilégio de sargentos e oficiais. Restava-me então a corrida. Sempre corríamos nas aulas de educação física que aconteciam pelo menos duas vezes por semana, às vezes três. Quase todo dia quando o expediente terminava, eu e mais um amigo saíamos para correr, começamos com 10 km, depois aumentamos para 15 e tinha dia que corríamos mais de 20. Era o nosso momento de relaxar, sair daquele mundo rígido e sentir a liberdade de ir onde quiser sem ninguém gritando com você te mandando fazer alguma coisa. A Academia da Força Aérea tem belas paisagens e um lindo por do sol, toda asfaltada, mas com algumas trilhas de terra um convite a correr. Como estávamos acostumados com a corrida, acabamos disputando algumas competições da AFA. Meu melhor resultado foi um sexto colocado numa corrida rústica de 17 km. Bons tempos.
1996 - Nova Etapa
Após pedir baixa na aeronáutica resolvi seguir novo rumo devido a algumas decepções. Na vida militar tudo o que você vai fazer depende da autorização de um superior hierárquico e como nem sempre eles têm boa vontade... Então já sabem o que acontece.
Comecei então a estudar e ingressei na faculdade de Educação Física de Muzambinho-MG, nesta mesma época fui convidado para trabalhar numa academia como professor de natação, musculação e monitor nas aulas de ginástica. Burrice dupla! Não é porque você gosta de esportes que a faculdade de Educação Física é a melhor opção. Quem opta por esta profissão tem que estar disposto a trabalhar de manhã, tarde e noite e dependendo até de madrugado como aconteceu comigo uma época, e ainda assim ter uma vida apertada monetariamente falando, além de não ter muito tempo disponível para praticar esportes.
A segunda burrice foi trabalhar em academia “em começo de carreira”. Você faz de tudo na academia (até motorista da dona eu fui, levar filho no colégio, buscar o pai para ir à academia...) e ainda assim não tem valor, recebendo uma miséria por mês que nem deu para pagar a faculdade.
Passada as lamentações, neste período ainda consegui manter algumas atividades. Continuei nadando e correndo. Treinava natação na hora do almoço e corria nos finais de semana. Quando ficava de janela na academia por falta de aluno aproveitava para treinar um pouco de musculação.
Devido às dificuldades financeiras e por falta de tempo para estudar, tive que abandonar a faculdade, ficando dois anos parado até que abriu o curso de Educação física na mesma cidade onde eu morava (São João da Boa Vista-SP). Isso facilitou um pouco as coisas ainda mais conseguindo bolsa parcial de estudo.
Como o tempo passa! Terminado este período eu já estava com 27 anos.
2003 – A Missão
Pode ficar tranquilo não é o filme do Rambo.
Eu já estava com 27 anos, entediado com a rotina maçante de trabalho, pensando em mudar de profissão, estava com pouco tempo para praticar esporte, viajar então nem em sonho. Mas nessa época eu frequentava uma Igreja pela qual ainda hoje, mesmo sendo espírita, tenho muito respeito e carinho. Eu recebi dessa Igreja um convite para realizar um trabalho voluntário de tempo integral com duração de 2 anos. No começo relutei com a ideia. Eu teria que largar meu trabalho, minha família, minha vida social, podendo ser mandado para qualquer lugar do mundo. Após pensar por um bom tempo, acabei sentindo em meu coração que deveria ir, muitos podem rir, mas para mim foi como se DEUS tivesse me chamado.
Acabei sendo designado para a Missão São Paulo Sul que abrangia a baixada santista, ABCD Paulista e parte da cidade de São Paulo. Estava praticamente em casa, mas longe de tudo o que eu fazia e tinha.
Meu novo trabalho agora consistia em dar palestras religiosas, ajudar pessoas a alicerçar a família, deixarem o consumo do álcool, drogas e tudo o que faz mal ao corpo. Trabalhei em várias comunidades bem pobres e em bairros de classe média, conheci muitas pessoas, fiz muitos amigos, ajudei a reformar escolas e aprendi muito sobre a vida.
Neste período de 2 anos cresci muito como pessoa, ao ver a miséria bem de perto aprendi a dar valor nas coisas e na vida que eu tinha. Eu era muito rico perto de tudo aquilo que eu estava vendo. Será que você consegue imaginar como é morar numa casa de chão de terra, com paredes de madeira bem fina ou de papelão, que quando chove o chão dentro da casa, se é que dá para chamar aquilo de casa, tem mais barro dentro do que do lado de fora? Eu nunca tinha imaginado que daria para viver assim e ainda por cima ter um sorriso no rosto. Eu teria amaldiçoado a DEUS e choraria o tempo todo. E eu que fui para ensinar as pessoas a terem esperança, saí de lá como o maior aprendiz, agradecendo a DEUS por tudo o que eu tinha.
A missão foi uma fase bastante difícil para mim, eu estava acostumado com a prática esportiva e nessa época as únicas atividades que eu tinha era estudar das 6h até às 8h da manhã e depois caminhar pelas ruas das 9h até às 22h embaixo de sol ou de chuva. No começo emagreci bastante, minha massa muscular foi “para o espaço”, andava muito e comia muito pouco. Nos 6 meses finais acabei indo para o escritório da missão e por andar menos e ficar muito tempo sentado fazendo serviços burocráticos da missão e com boa alimentação acabei engordando 20kg.
Neste intervalo de 2 anos cresci muito como pessoa e espiritualmente mas voltei para casa com 30 anos de idade e quase 25 kg mais gordo.
CONTINUA...